segunda-feira, 9 de maio de 2011

Concurso "Quem conta um conto, acrescenta um ponto"





Aqui está o texto escolhido para representar a nossa escola no Concurso "Quem conta um conto, acrescenta um ponto". Tratava-se de escrever um conto que desse seguimento a um dos livros da colecção CLÁSSICOS PORTUGUESES CONTADOS ÀS CRIANÇAS editados pelo Jornal SOL.




Sermão de Santo António aos Peixes, Padre António Vieira (continuação)
Santo António, após o primeiro sermão que deu aos peixes, pois estes sim davam-lhe atenção ao contrário das pessoas, continuou a dar sermões a muitos mais peixes. Um dia decidiu visitar o futuro para ver se os homens tinham mudado: estavam na mesma. Ele não estava muito satisfeito com o que fazia e decidiu mudar a rotina diária, apenas por um dia, para experimentar. Ficou muito satisfeito com o resultado.
A mudança de rotina passou a ser definitiva com tanto sucesso que fez. Desta vez decidiu perguntar aos peixes o que achavam dos comportamentos dos homens. (Sim, porque ele, de tanto se dirigir aos peixes, aprendera a linguagem deles.) Logo todos quiseram falar do tema da poluição das águas.
Os peixes indignados, queixavam das águas turvas e malcheirosas onde flutuavam plásticos e redes assassinas.
No início, o Santo reagiu muito mal ao ouvir o que os homens faziam e como os prejudicavam devido à poluição. Ele já sabia que os homens não respeitavam as outras criaturas de Deus mas agora ficava a saber que também eram tolos porque nem pensavam que um dia poderiam não ter peixe para os seus filhos comerem. Mesmo assim tentou falar com os homens para evitar mais estragos, mas como sempre eles não o quiseram ouvir.
- Homens! Tendes de deixar de poluir a água porque só pensais em vós! Muitas criaturas marinhas estão a sofrer pela vossa falta de respeito para com elas. – dizia o Santo António todos os dias, tentando aconselhar os homens apesar deles não se importarem com o que ele lhes dizia.
As criaturas marinhas também falavam com o Santo António:
-António tens de nos ajudar! – implorou um robalo. As nossas famílias e amigos estão a sofrer bastante com a poluição que os homens fazem.
-Sim. Ele tem muita razão. O meu melhor amigo morreu por ter engolido um saco de plástico das compras e o meu vizinho safio, que era muito esperto e que durante muitos anos escapou aos pescadores para não ir parar à caldeirada, acabou preso numa rede de pesca que os pescadores abandonaram por estar muito velha e dali nunca mais saiu.
-Foi horrível o que os pescadores fizeram! Pelos vistos, eles só se preocupam com o umbigo! – disse o tamboril muito irritado com a situação.
-Pois, peixes, eu não consigo mudar nada já que os homens não me ouvem. Até tenho vergonha de ser da raça humana – suspirou o Santo António, muito desanimado.
-Tive uma grande ideia! Nós devíamos preparar uma partida aos homens para eles pararem de poluir a água – propôs uma raia gigante.
-Boa ideia. Vamos fazer assim: como todos os homens vão ao cinema, nós podíamos fazer um filme que mostre o que nós sofremos por causa deles. O Santo António trocava o filme que os homens querem ver pelo nosso. Esse filme vai mostrar imagens de poluição e falar do que passamos. Assim eles vão ver que o que fazem é muito grave! – exclamou o peixe-palhaço que era muito esperto.
Os peixes e o Santo António fizeram o filme e, tal como planeado, correu às mil maravilhas, fazendo por fim com que os homens ouvissem e prometessem mudar o comportamento.

Cristiana dos Santos Freitas, 5º Ano, Agrupamento de Escolas Romeu Correia

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